MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV - UM EDUCADOR DA ALMA


MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV


"Por vezes, os discípulos de um Ensinamento espiritual pensam que fazer todos os dias os mesmos exercícios, recitar as mesmas orações, seguir as mesmas regras de comportamento, é bastante aborrecido. Mas, então, por que é que eles não acham aborrecido comer três vezes por dia o mesmo pão e beber a mesma água? Eles consomem, todos os dias, mais ou menos os mesmos alimentos, para serem capazes de aprender, de trabalhar, de amar, ou seja, muito simplesmente, de viver. Pois bem, no plano espiritual também é necessário nutrirmo-nos, e não uma vez por semana, indo à igreja, ao templo, à sinagoga ou à mesquita. É todos os dias que precisamos de nos nutrir com os mesmos alimentos celestes, para nos tornarmos capazes de viver a vida da alma e do espírito.
O que é um filho de Deus? É aquele que sabe comer, em cada dia, o pão celeste. Ele sente que esse pão lhe traz a vida e que, depois, ele pode dar a todos os seus amigos alguns eflúvios, alguns raios, dessa vida."

"Ouvi correr a água de uma nascente, de uma cascata, de uma fonte… Concentrai-vos nessa água, imaginai que ela vos atravessa, que ela arrasta tudo o que é pesado e obscuro em vós e vos inunda com uma vida nova. Se for possível, mergulhai nela as mãos… Mas deixar correr a água da torneira sobre as vossas mãos, por vezes, também é suficiente. O essencial é o trabalho que conseguis fazer pelo pensamento, sabendo que as mãos são lugares de passagem para todas as correntes de energia que atravessam o espaço. Colocadas na extremidade dos braços, elas desempenham o papel de antenas: é por elas que nós recebemos as influências do mundo exterior e é também por elas que projetamos os eflúvios formados pelos nossos estados psíquicos. Concentrando-nos na água, nós podemos descarregar-nos da nossa fadiga, das nossas preocupações, e receber correntes de vida pura.
E acontece o mesmo em relação aos pés, que, em contacto com o solo, são também antenas recetoras e emissoras. Quando vos sentis desmagnetizados, esgotados, vertei água quente numa bacia, mergulhai nela os vossos pés e, tocando neles conscientemente, pensai que tudo aquilo que vos sobrecarrega e vos obscurece vai ser levado por essa água. "

"As abelhas captam o néctar das flores, esse líquido açucarado com o qual depois fazem um alimento delicioso, o mel. Simbolicamente, este trabalho é o do Iniciado. Tal como a abelha recolhe o néctar das flores sem nunca as estragar, o Iniciado só se aproxima dos seres humanos para recolher as suas quintessências espirituais e, graças aos seus conhecimentos alquímicos, ele prepara no seu coração, na sua alma, um alimento com um gosto e um perfume deliciosos.
A abelha é, pois, um dos símbolos do Iniciado. Em cada alma humana, mesmo na dos seres com menos recursos ou pecadores, ele consegue sempre encontrar uma quintessência divina. E é com todas essas quintessências que ele produz o mel com o qual as entidades celestes também vêm deliciar-se."

"Para preservar e melhorar a vossa saúde, começai por concentrar-vos naquilo que é vivo em vós e reforçai-o. É preciso compreender que só os elementos vivos podem opor-se à doença.
Tendes um abcesso ou uma ferida? Se as entidades vivas do vosso organismo, capazes de sarar a ferida ou fazer sair as impurezas do abcesso, estiverem anestesiadas, por causa da vida desordenada que viveis, o abcesso ou a ferida ficarão envenenados. Podereis utilizar todos os desinfetantes, pomadas e pensos possíveis, mas, se essas entidades não tiverem as condições para fazer convenientemente o seu trabalho, os remédios exteriores serão ineficazes. Ao passo que, se os vossos obreiros interiores puderem trabalhar livremente, mesmo que não haja nada nem ninguém para intervir do exterior, eles remediarão tudo. Então, isto é claro: mudai a vossa maneira de considerar a saúde e procurai todos os meios de intensificar 
a vida em vós. "

"O corpo humano é comparável a um texto composto na oficina de um impressor. No tempo em que ainda se usavam carateres de chumbo, as letras eram alinhadas em diferentes caixinhas com compartimentos e o impressor ia buscá-las para com elas formar palavras, frases… E dali saía um romance, saíam poemas. E os textos compostos assim eram depois reproduzidos em centenas ou milhares de exemplares.
De maneira análoga, um corpo humano é um livro composto a partir de “carateres”, isto é, de partículas que provêm dos quatro elementos, de todos os reinos da natureza. A alma que o habita, conforme o seu grau de evolução, faz desse corpo um livro magnífico, medíocre ou francamente mau, que, por onde quer que passa, deixa marcas, traços, como outros tantos exemplares de si mesmo. Depois, um dia, as letras desse livro separam-se e voltam à terra, à água, ao ar e ao fogo, de onde vieram. Já nada resta do corpo. Mas a alma que habitava nele está viva e vai escrever outros textos noutras regiões do espaço. Nós chamamos morte à decomposição de um texto que tinha sido composto antes e que, mais tarde, será composto novamente. Falar de morte é apenas uma convenção e cada um de nós já viveu muitas vezes essa passagem!"

"Antes de meditar, de orar, de contemplar o nascer do sol, dizei para vós mesmos: «Eu estou com a pureza, estou com a luz, estou com o meu amado Senhor, estou com a minha amada Mãe Divina, nada mais deve contar a não ser este momento em que posso comunicar com eles.» E deixai os vossos sacos, os vossos fardos, apresentai-vos leves, libertos, perante a divindade e os esplendores da natureza. Será assim que encontrareis a solução para muitos dos vossos problemas interiores, para situações que, até aí, julgáveis impossíveis de deslindar.
Para se ver, para se compreender, para se receber os eflúvios do mundo espiritual, é preciso estar presente. Considerai o exemplo dos homens e das mulheres que vivem um grande amor: quando estão juntos, eles são capazes de se esquecer de tudo. Cada um mergulha o seu olhar no do outro e, quando eles querem descrever aquilo que viram, só falam de luz e de imensidão. "

"Não imagineis que o Céu, maravilhado por ver que vos tornastes membros de uma Igreja ou de um movimento espiritual, virá facilitar a vossa existência e poupar-vos às provações. Não, como qualquer materialista, tereis de vos confrontar com todas as dificuldades da vida. Mas continuai a avançar, sabendo que, ao invés de vos esmagarem, as provações que tereis de enfrentar purificar-vos-ão e reforçar-vos-ão, porque tereis aprendido uma melhor maneira de as considerar.
Aceitando um ensinamento espiritual, o pobre não se torna rico, o ignorante não se torna sábio, o doente não fica com saúde, o fraco não se torna forte, e alguém que é desprezado e ignorado não recebe honra nem glória. Ficais prevenidos em relação a isso. E pode até acontecer que vos sintais ainda pior do que antes. Porquê? Porque a vida nova que começa a circular em vós ocupa-se, em primeiro lugar, de fazer uma limpeza e, então, que grandes mexidas! Na mesma medida em que é desejável que vos decidais a dar uma melhor orientação à vossa vida, deveis saber, à partida, que essa decisão produzirá em vós alguns rebuliços. Senão, como não compreendeis aquilo que está a acontecer-vos, voltareis à vossa vida antiga e tereis de começar tudo de novo."

"A luz é uma matéria tão subtil que não se pode pesá-la nem sequer tocar-lhe, mas é ela que dá acesso ao mundo espiritual. Por isso, nós devemos procurar a luz, pensar diariamente em introduzi-la em nós como uma quintessência pura, irradiante.
Os Iniciados, para quem a única realidade é a luz, estão sempre a trabalhar com ela, a concentrar-se nela, para estabelecerem comunicações com o mundo divino. As suas práticas e o seu ensinamento podem resumir-se do seguinte modo: o único meio verdadeiramente eficaz que nós temos para estabelecer relação com o Céu é o que nós próprios somos capazes de criar, tecendo fios de luz entre esse mundo e nós. Uma vez tecidos esses fios, o Céu e a terra em nós entram em contacto e fazem trocas que nos trazem a plenitude. "

" Há imensos homens e mulheres que estão tão ocupados em satisfazer as suas necessidades físicas e materiais que nem sequer já sentem a presença, em si próprios, de um outro mundo! A sua alma e o seu espírito tornaram-se, para eles, regiões estranhas. Mesmo que ouçam mencioná-los, isso nada lhes diz; para eles, essas palavras não têm qualquer sentido e eles vagueiam como pobres desgraçados pelas terras áridas do seu mundo interior.
Aquele que quer sair desta situação miserável deve fazer o possível para mudar a natureza das suas necessidades e procurar o sentido da sua vida nas regiões subtis da alma e do espírito. Quando tiver atingido essas regiões, ele viverá, finalmente, a verdadeira vida. Num dos seus cânticos, o Mestre Peter Deunov fala de um «país maravilhoso onde os rios correm, onde as flores desabrocham, onde os frutos amadurecem, onde as aves cantam, onde os homens vivem como irmãos». Vós direis que esse país maravilhoso é inacessível. Não, ele encontra-se na alma humana. "

"Um ser humano só vem encarnar na terra por pouco tempo. Ele deve instruir-se e trabalhar nela durante alguns anos, depois parte… Vós só podeis ter uma visão exata e completa do que é a vossa vida se aprenderdes a incluir nela aquilo a que se chama a morte, pois a vossa vida não se limita a este lapso de tempo que viestes passar na terra. A vossa vida é muito longa, infinita, é uma sucessão de idas e vindas entre o mundo aqui de baixo e o além.
Contudo, mesmo quando viveis no plano físico, não viveis unicamente no vosso corpo físico, mas também nos vossos corpos psíquicos – os corpos astral e mental – e nos vossos corpos espirituais – os corpos causal, búdico e átmico. Deveis aprender a alimentar esses corpos espirituais, senão faltar-vos-á, mesmo nesta existência, algo muito precioso. E, sobretudo, quando partirdes para o outro mundo, será nesses corpos que vivereis; se não os tiverdes alimentado, sentir-vos-eis fracos e não tereis 
os recursos necessários. "

"O hábito que a maior parte das pessoas têm de irem descarregar-se nos outros quando se sentem tristes e infelizes revela uma grande fraqueza. Muitas delas, à menor preocupação, à menor contrariedade, apressam-se a ir a casa de familiares, de amigos, de vizinhos… Ou então a pegar no telefone! E lá fica uma vintena de pessoas igualmente envenenada… Porventura, elas questionaram-se alguma vez sobre se os outros estão lá para aguentar com os seus fardos ou, inclusive, se eles são capazes de os suportar? Se elas quiserem realmente progredir, devem abandonar esse hábito e arranjar maneira de não continuar a sobrecarregar aqueles que as rodeiam.
Quando tendes preocupações, desgostos, procurai uma forma de neutralizar esses estados. Perguntai a vós próprios: «O que posso eu fazer para me tornar mais resistente, mais senhor de mim mesmo, e para me comportar como um verdadeiro filho de Deus, com o qual o Céu pode contar para o seu trabalho?» Se não quiserdes fazer esforços, se preferirdes permanecer fracos, continuai com as vossas velhas práticas e as consequências que delas advirão! Mas ficai a saber que, num Ensinamento Iniciático, é-vos indicado o caminho para vos tornardes fortes, luminosos, e também para serdes capazes de ajudar os outros. "

"Alguém deixa cair pedaços de vidro num caminho e, como é negligente, não os apanha, para que não fiquem ali. E pensa: «Outros os tirarão; se se ferirem, paciência!» E prossegue o seu caminho. Mas, o que essa pessoa não sabe, é que o destino humano não é uma linha reta: a sua trajetória é circular.
Este exemplo do vidro partido é uma imagem para explicar que quem semeou perigos deverá, um dia, sofrer as consequências deles. Ele cava buracos e prepara armadilhas ao longo do caminho? A lei levá-lo-á a passar de novo exatamente pelo mesmo lugar e a cair nesses buracos ou nessas armadilhas. Então, ele terá tempo para meditar nas suas desventuras, para se queixar de que há pessoas más e estúpidas, e procurar descobrir quem elas são! Evidentemente, terá esquecido que foi ele. As pessoas que estão sempre a dizer «Quem vier atrás, que se amanhe!» criam todas as dificuldades que, mais cedo ou mais tarde, irão atrapalhar a sua existência."
 
"Toda a gente põe a questão da nutrição em primeiro lugar. Todos procuram resolver primeiro esta questão, trabalham e até entram em disputas por causa dela. Mas esta atitude em relação à nutrição não passa ainda de um impulso, de uma tendência instintiva, que não entrou no domínio da consciência esclarecida. Só a Ciência Iniciática nos ensina que os alimentos, que são preparados pelos laboratórios divinos com uma sabedoria inexprimível, contêm elementos capazes de conservar ou restabelecer a saúde, não apenas física mas também psíquica. Para tal, é necessário estudar em que condições esses elementos podem ser captados e saber que o meio mais eficaz para isso é o pensamento.
Com efeito, pelo seu pensamento, o homem pode captar nos alimentos partículas subtis que, ao entrarem na construção de todo o seu ser, contribuirão para a sua transformação psíquica. Para além do simples facto de se alimentar para se manter com vida, ele acrescentará outros significados, outros conhecimentos, outros trabalhos a executar, outros objetivos a atingir."
 
"É bom ir caminhar na natureza, passear junto de cascatas e ribeiros, beber a água das nascentes, tomar banho nos lagos e nos mares. Mas não recebereis grandes benefícios da água se não souberdes como entrar realmente em contacto com ela, como lhe falar, como vos ligardes a ela.
A água é um mundo vivo, povoado de entidades muito belas e muito puras, que só ficarão bem-dispostas convosco se souberdes como considerá-las. Assim, quando fordes ao seu encontro, pensai, primeiro, em saudá-las com respeito e amor. Se quereis tomar banho e, em particular, tomar banho num lago, estai atentos, não o façais com qualquer disposição de espírito. Pedi autorização às entidades da água, pois, ao tomardes banho no lago, é como se depositásseis as vossas impurezas na sua morada, e deveis ter consciência de que podeis indispô-las. Por isso, estai vigilantes. "
 
"A maior parte das pessoas, ao mesmo tempo que são impelidas a imitar os outros, também têm necessidade de afirmar as suas diferenças. E, muitas vezes, o resultado é que elas imitam os outros naquilo em que deveriam esforçar-se por encontrar o seu próprio caminho e opõem-se àqueles com os quais, pelo contrário, deveriam procurar estar em harmonia. Pois bem, é precisamente por causa desta atitude de oposição que elas mais se assemelham à generalidade das pessoas de que pretendem distinguir-se.
Se quereis, realmente, ser distintos dos outros, imitai antes a pequena minoria de sábios que só trabalham para introduzir a paz e a harmonia neles e à sua volta. Cultivando esta diferença, conseguireis compreender os sofrimentos, as doenças e as angústias dos humanos, ao passo que todas as pessoas que são semelhantes umas às outras não se compreendem. Mesmo que sofram dos mesmos males, como só estão ocupadas com os seus problemas pessoais, são incapazes de se pôr no lugar dos outros, pois imitaram-nos precisamente naquilo em que não deviam: nos caprichos, no egoísmo e nas paixões. "
 
"Todos vós já vivestes alguns momentos de alegria, de felicidade… Então, buscai esses momentos. Mesmo que só tenha havido três ou quatro na vossa existência, ou apenas um, voltai a eles frequentemente, recordai-vos do lugar, das circunstâncias, das pessoas… Esforçai-vos por viver os mesmos pensamentos, os mesmos sentimentos, as mesmas sensações. Pouco a pouco, tereis a impressão de estar a viver de novo esses estados com a mesma intensidade, como se isso acontecesse agora, realmente, pela primeira vez.
O essencial nunca é o que vos vem do exterior, mas aquilo que sentis interiormente. Por isso, procurai reviver todos os momentos em que compreendestes, em que sentistes, a beleza, o sentido da vida. Que todos esses momentos estejam à vossa disposição para os dias em que necessitardes deles. Também neste caso possuís um método de trabalho. E fazei mesmo de modo a que, entre essas recordações, possais escolher, pois, do mesmo modo que, consoante as circunstâncias, esta ou aquela música tem mais afinidade com o vosso estado interior, uma determinada recordação ajudar-vos-á e proporcionar-vos-á mais do que uma outra aquilo de que necessitais num dado momento. "
 
"Conservai em vós a imagem do cume como um dos melhores símbolos desse ideal divino que vos esforçais por atingir. Mesmo que ele permaneça sempre inacessível para vós, o essencial é nunca o perderdes de vista.
Concentrando-vos na imagem do cume, sois obrigados a projetar-vos sempre mais para a frente, a subir degraus cada vez mais elevados, e, pouco a pouco, sentireis até que ponto esse hábito mental se reflete beneficamente na vossa vida quotidiana. Sempre que tiverdes um problema para resolver, uma decisão para tomar, uma dificuldade para enfrentar, dominareis melhor a situação, porque conseguistes vê-la de mais longe, de mais alto. E, quando tiverdes de agir, fá-lo-eis, de cada vez, com menos riscos de errar. "
 
"A verdadeira liberdade do homem está no poder que Deus lhe deu para encontrar tudo nele próprio. O esforço de um Mestre espiritual é precisamente o de convencer os seus discípulos disto mesmo. Então, enganam-se muito todos aqueles que têm a ideia de um Mestre como um déspota, unicamente preocupado em impor o seu poder e as suas convicções aos outros! Na realidade, ele não tem qualquer desejo de lhes impor o que quer que seja. Ou, antes, se ele tem uma convicção que quer impor-lhes, é a de que a sua salvação está exclusivamente neles próprios.
Imaginai que um excelente cozinheiro vos deu receitas e vós tendes todos os ingredientes, comprados nas melhores lojas; se não decidirdes ir para a vossa cozinha e aí preparar pelo menos um prato, nada tereis para comer. Acontece o mesmo na vida espiritual. Quando o caminho está aberto diante de vós e tendes os métodos e o exemplo do vosso Mestre, já só deveis contar convosco próprios. "
 
"De manhã, quando olhais para o sol que nasce, pensai que aqueles raios que vêm até vós são criaturas vivas, que podem ajudar-vos a resolver os problemas que vos surgirão nesse dia. Mas só os problemas desse dia, não os do dia seguinte. No dia seguinte, devereis ir de novo consultá-las, e o mesmo em relação ao dia a seguir a esse. Essas entidades nunca vos responderão para os dias que hão de vir. Elas dir-vos-ão: «É inútil fazer provisões para mais do que um dia. Quando voltardes amanhã, responder-vos-emos.»
Todos os dias nós comemos e não guardamos alimentos no nosso estômago para uma semana, mas só para aquele dia, e no seguinte recomeçamos. Pois bem, com a luz deve ser a mesma coisa, pois a luz é um alimento que devemos absorver e digerir em cada dia, para que ele se torne em nós sentimentos, pensamentos, inspirações… Por que é que as pessoas não têm, em relação à luz, a mesma lógica que em relação aos alimentos? Elas dizem: «É verdade, eu comi ontem, mas isso contou para ontem; hoje, tenho de comer outra vez.» Deve acontecer o mesmo em relação à luz."
 
"Por que é que tantas pessoas sofrem de desequilíbrios psíquicos? Porque desenvolveram demasiado nelas o lado feminino, que é passivo, recetivo. Deste modo, elas abrem-se sem discernimento a todas as influências e, após um certo tempo, estão desorientadas. É preciso que, de futuro, elas se analisem, que estudem os efeitos, na sua vida interior, das influências que receberam, guardando apenas aquelas que se revelam benéficas e rejeitando as outras. Dito de outra forma, elas devem desenvolver o princípio masculino que também possuem em si.
Desenvolver o princípio masculino é aquilo que deveriam aprender, em particular, as pessoas dotadas de faculdades mediúnicas, faculdades que são especificamente femininas, na medida em que supõem a recetividade. A bola de cristal, que certos clarividentes utilizam como suporte, é o equivalente ao princípio feminino na natureza: a água. O médium é recetivo aos espíritos e às correntes do mundo invisível. Mas esses espíritos e essas correntes não são todos luminosos, puros, benéficos, e, por isso, é importante que as pessoas psiquicamente sensíveis aprendam não só a fazer essa destrinça, mas também a desenvolver a sua vontade, princípio masculino, a fim de afastarem as correntes e os espíritos tenebrosos."
 
"É justo que os maus sejam punidos, mas deveis continuar a ter amor por eles. Deveis amá-los como criaturas de Deus que têm dificuldade em sair da escuridão: este pensamento permitir-vos-á suportá-los melhor. Observai-vos: quando alguém que amais comete erros, deveis ser pacientes, indulgentes; ao passo que, em relação a alguém de quem não gostais, mesmo as suas boas ações vos incomodam, ao ponto de atribuirdes ao seu comportamento propósitos suspeitos. Só o amor pode dar-vos a paciência e abrir-vos os olhos em relação às intenções dos outros.
E a paciência é também uma manifestação da força. Aquele que é forte não se deixa afetar pelo comportamento das pessoas que o rodeiam, ao passo que um ser fraco não suporta nada, a mínima contrariedade põe-no fora de si. Vê-se pessoas entrarem em estados de cólera incríveis por causa de detalhes absolutamente minúsculos! E, muitas vezes, são essas mesmas pessoas que ficam quase indiferentes às injustiças monstruosas que outros estão a sofrer. Aquilo que as pessoas suportam ou não suportam… é um critério para mim: eu vejo em que ponto elas estão no caminho da evolução."
 
"Para que a criação se torne, para vós, eloquente, viva, plena de sentido, precisais de aprender a sua linguagem. Toda a vossa existência deve ter em vista este objetivo: entrar em comunicação com a natureza e com os seus habitantes. Ora, habitantes há-os por toda a parte: na água, no ar, na terra, no fogo, nas montanhas, nas árvores, no sol, nas estrelas… Por toda a parte! E eles saúdam-nos, fazem-nos sinais. Mas quem é que os vê?
E quem é que vê também que o universo é feito de uma substância luminosa, atravessada por raios cuja beleza e cujas cores nenhuma língua pode descrever?... Para que os seus habitantes vos aceitem, para que eles vos apoiem e vos protejam, preparai-vos para entrar nesse mundo imenso com a vossa atenção, a vossa compreensão e o vosso amor. Vós já habitais nesse mundo, já caminhais nele, mas deveis abrir-lhe a vossa consciência, retirar o véu que vos impede de o ver."
 
"Entre os maiores sofrimentos, as maiores infelicidades, por que os humanos têm de passar, há, sobretudo, os que eles próprios infligem uns aos outros continuamente e, ao mesmo tempo, infligem a si próprios. Não acreditais no que eu estou a dizer?.... Pois bem, tomai atenção.
Alguém exprimiu pensamentos, sentimentos ou desejos de que vós não partilhais; começais a considerar essa pessoa como vossa inimiga e decidis combatê-la. A partir desse momento, começais a interpretar todo o seu comportamento de forma negativa, sentis-vos agredidos por ela, ao passo que, na realidade, ela não vos quer mal algum e nem sequer sabe das críticas que lhe fazeis. Vós é que, pela maneira de a considerar, estais a fabricar um inimigo e, assim, destruís algo na vossa cabeça e no vosso coração. Ou seja, sois o vosso próprio inimigo, pegais em armas contra vós mesmos. Dizei-me, então, se isso é uma atitude inteligente!..."
 
"Por que é que, assim que ouvem falar em pureza, muitas pessoas fecham os ouvidos? Para se justificarem, elas argumentam que pureza significa estreiteza, limitação, fanatismo e até exclusão… que, em nome da pureza, se perseguiu, se massacrou, se queimou. Tudo isso é verdade, mas, em nome do amor, também foram cometidos crimes terríveis; e será que isso impede alguém de continuar a pronunciar a palavra amor e a amar?... Pergunto-vos: esse raciocínio é honesto? Com o pretexto de que a noção de pureza foi, muitas vezes, mal compreendida, as pessoas encontram todas as justificações para continuarem mergulhadas nas sujidades. Se continuarem assim, um dia verão os efeitos dessa maneira errada de pensar.
Evidentemente, é preciso ter uma ideia clara do que é a pureza e de como nos purificamos. Purificar-se é, em primeiro lugar, ser capaz de discernir  a natureza dos movimentos da sua vida interior, de analisar os seus pensamentos, os seus sentimentos, os seus desejos, os seus projetos. E, como esses pensamentos, esses sentimentos, esses desejos e esses projetos são, muitas vezes, maldosos, egoístas, depois é preciso trabalhar para os tornar mais desinteressados, mais generosos, mais fraternos. 
Quem pode apresentar argumentos contra esta definição da pureza? "
Fonte:http://naluzdamanu.blogspot.com.br/2016/08/mestre-omraam-mikhael-aivanhov.html

Aïvanhov, um Educador da Alma

 
AÏVANHOV - UM EDUCADOR DA ALMA
 
- Por Wagner Borges -
Aivanhov
Omraam Mikhaël Aïvanhov (1900-1986) era búlgaro de nascimento, mas adotou, a partir de 1937, a França como seu lar. Era discípulo do mestre búlgaro Peter Deunov (1864-1944), que foi fundador da Fraternidade Branca Universal (1).
Aïvanhov levou para a França os ideais do mestre Deunov e, em 1943, fundou seu primeiro centro espiritual, na cidade de Sévres. A partir daí, começou a proferir palestras, que seus discípulos anotavam e gravavam para depois transcrever.
O resultado desses ensinamentos orais está hoje registrado em centenas de livros, publicados em várias línguas. Seu trabalho teve uma grande expansão de 1976 em diante, época em que a Editora Prosveta começou a divulgar seus livros em vários países.
O que mais chama a atenção no trabalho do mestre Aïvanhov é sua simplicidade na abordagem de temas espirituais, em que ele apresenta os exemplos e correlações mais simples para explicar as complexas questões da alma humana.
Ele era um exímio contador de histórias e dotado de um grande senso de humor. Por vezes, para dar uma pausa na palestra, ele interrompia o que estava falando e contava algumas anedotas para alegrar seus ouvintes. Todo seu trabalho estava direcionado para o alargamento da consciência humana em direção ao seu aperfeiçoamento. Em outras palavras, transformar o homem-animal no homem-espiritual.
Pois bem, esse grande filósofo da simplicidade e pedagogo da alma não morreu, apenas se mandou para fora do corpo denso. E agora, lá do plano extrafísico, ele continua a mandar mensagens com o mesmo objetivo central de seus ensinamentos: o aperfeiçoamento do homem.

Fonte:http://www.ippb.org.br/textos/mentores-espirituais/omraam-mikhael-aivanhov/aivanhov-um-educador-da-alma-aivanhov

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